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Se der vontade...

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Realizamos muita coisa esse ano



Ainda temos umas coisinhas pra fazer...
Spoke Catarina de Queiroz às 18:12 4 comentários:
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Catarina de Queiroz
Durmo tarde, acordo cedo, sou mãe, esposa, amiga. Amo, choro, brigo, perdôo, vivo... Descobri o amor pela Arquitetura e resolvi estudar de novo! Voltei à universidade para um segundo diploma. Obrigada pela leitura!
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Quando Falares
Malthus de Queiroz

Deixa o corpo falar de ti, pois tudo
Nele arde antes de pensar. Deixa
O sorriso dizer que estás bem e o brilho
De tuas retinas, que enxergas luz nas trevas.

Deixa o canto que se escapa da tua boca
Falar do coração que transborda ; é de lá que ele vem.
Deixa as mãos dizerem resolutas que me amas
E que teus pés retornarão amanhã, pela mesma porta que partires.

Mas se não fores voltar amanhã, antes da noite em mim anunciada,
Por qualquer motivo que seja, porque viste outras estrelas
Ou simplesmente porque não sabias de ti mesma
E te perdeste no labirinto das portas das ruas

Deixa que o silêncio fale da saudade
À inércia de meu corpo. Deixa o vazio dizer
Que posso te recriar imagem qualquer e que a vida
São palavras deixadas no fogo eterno de nossos seres.

Soneto do Amor Total
Vinicius de Moraes

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
A Rosa Desfolhada - Vinicius de Moraes

Tento compor o nosso amor
Dentro da tua ausência
Toda a loucura, todo o martírio
De uma paixão imensa
Teu toca-discos, nosso retrato
Um tempo descuidado

Tudo pisado, tudo partido
Tudo no chão jogado
E em cada canto
Teu desencanto
Tua melancolia
Teu triste vulto desesperado
Ante o que eu te dizia
E logo o espanto e logo o insulto
O amor dilacerado
E logo o pranto ante a agonia
Do fato consumado

Silenciosa
Ficou a rosa
No chão despetalada
Que eu com meus dedos tentei a medo
Reconstruir do nada:
O teu perfume, teus doces pêlos
A tua pele amada
Tudo desfeito, tudo perdido
A rosa desfolhada

Não quero rosas, desde que haja rosas.
Quero-as só quando não as possa haver.
Que hei-de fazer das coisas
Que qualquer mão pode colher?

Não quero a noite senão quando a aurora
A fez em ouro e azul se diluir.
O que a minha alma ignora
É isso que quero possuir.

Para quê?... Se o soubesse, não faria
Versos para dizer que inda o não sei.
Tenho a alma pobre e fria...
Ah, com que esmola a aquecerei?...

Fernando Pessoa, 7-1-1935.