domingo, 28 de março de 2010

Mudança


Acho que mudar é todo um ritual. É o momento em que finalmente jogamos fora tudo aquilo que acumulava em nossos armários e nunca chegamos realmente a tomar a decisão de nos livrarmos. É a hora em que olhamos o que está quebrado e que nunca foi mandado ao conserto por comodismo e preguiça. Finalmente tomamos aquela decisão: “Nunca vamos mandar ajeitar isso”. E lá se vai pro lixo.

A casa que havia ficado pronta recentemente se desmancha novamente, as caixas que finalmente haviam se esvasiado enchem-se ainda mais. Agora temos mais livros dos quais não podemos nos desfazer.

Olho meu guarda-roupas e tiro cada peça de dentro. Todas contam a sua história e custo a me desfazer daquelas que não uso mais. Pode ser que eu ainda venha a usá-la um dia. Há outras histórias para serem escritas. Não consegui me desfazer de nada. A quantidade vai aumentar e eu preciso de um armário maior. Joguei fora apenas algumas coisas que não sei nem explicar porque guardei por tanto tempo. Não serviam nem mais para doação. Talvez para pano de chão.

Coloquei tudo na mala. Precisei de duas caixas para complementar. Sem falar nos pequenos objetos, meus perfumes, cremes, minha maquiagem, mais caixas. Acho que um terço de toda a mudança é de coisa minha.

A casa se torna o mesmo caos que começou. A não ser por um detalhe: quando entramos lavamos tudo antes de trazer a mudança e agora retiramos a mudança e deixamos a bagunça e a poeira. Não vou lavar a casa de outra pessoa. Ela que venha e faça a sua parte. Já levo o que me pertence.

Acabaram as caixas e novamente vamos lá pedir mais algumas. Ainda há muito o que embalar.